Autor: Dr. Geraldo Almeida Lima – Presidente da SINOG – Associação Brasileira de Planos Odontológicos (2011 a 2020)
O descompasso entre crescimento e a sustentabilidade do segmento
Acabamos de tirar do forno a segunda edição de 2017 do Cenário Saúde, publicação elaborada por nosso departamento econômico, que apresenta os números consolidados do mercado da saúde suplementar no primeiro trimestre de 2017 e detalha as perspectivas para o restante do ano.
As informações dizem respeito à evolução do número de beneficiários dos planos exclusivamente odontológicos que, entre o 4° trimestre de 2016 e o 1° trimestre de 2017, registrou crescimento de 1 milhão de novos beneficiários, totalizando 22,5 milhões de vínculos ou 11% da população brasileira coberta.
Para termos ideia da importância e dimensão deste crescimento, durante esses dois trimestres as operadoras odontológicas absorveram, em média, 90 mil novos beneficiários por mês. Um resultado surpreendente se levado em consideração o cenário de redução de empregos, de renda e de crédito verificado em nosso país nos últimos anos.
O avanço registrado nos últimos 12 meses foi ainda maior, registrando 513 mil novos vínculos de planos individuais, um aumento de 14,3%, 1 milhão de novos beneficiários de planos coletivos empresariais, com crescimento de 6,5%, e crescimento de 95 mil em planos coletivos por adesão (5,2%).
As operadoras que fazem parte de nossa modalidade (odontologia de grupo) continuam concentrando mais de 58% do faturamento do mercado e detêm mais da metade da participação do mercado em número de beneficiários (54%).
Diante do forte crescimento do número de beneficiários cobertos, o faturamento bruto do setor alcançou 4,4 bilhões em 2016, movimentando volume de recursos 6,8% maior do que em 2015. A título de exemplo, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2009 (com valores atualizados para 2016), os gastos das famílias com planos odontológicos já representam mais da metade das despesas totais da população com tratamento particular.
Muito embora tenhamos verificado aumento do faturamento bruto, o crescimento ainda maior das despesas assistenciais contribuiu negativamente para o resultado, evidenciando o descompasso existente entre o avanço das despesas assistenciais e a dificuldade em elevar o ticket médio no mesmo patamar. E é para esta condição que chamamos a atenção, pois no longo prazo isso pode vir a ser um problema para a sustentabilidade de nosso segmento.
Se tiver interesse em debruçar-se sobre estes e outros números, acesse nosso portal (www.sinog.com.br) e baixe o arquivo referente ao Cenário Saúde. Temos certeza de que ele poderá lhe auxiliar a entender um pouco mais os movimentos da assistência suplementar à saúde.