Autor: Dr. Geraldo Almeida Lima – Presidente da SINOG – Associação Brasileira de Planos Odontológicos (2011 a 2020)
Precisamos buscar alternativas econômicas para enfrentar o momento atual
O brasileiro nunca foi ensinado a empreender. Ao menos, não formalmente. Mas não é de hoje que vemos a força de vontade e a criatividade de milhões de brasileiros que lutam, diariamente, para ganhar seu sustento e gerar renda. Daí surgem pequenos negócios, ideias e até mesmo marcas que passam a ter visibilidade e fazer a roda da economia girar, empregando e auxiliando famílias inteiras. É a prova inconteste do conhecido ‘não sabia que era impossível, foi lá e fez’, de Jean Cocteau.
O momento atual é crítico, todos sabemos disso. Por isso mesmo se faz necessário buscar alternativas econômicas para enfrentá-lo. Claro que as consequências se dão de diferentes formas e em diferentes proporções para cada um, mas acredito que este “espírito” empreendedor do brasileiro vai ajudar o país a superar tantos desafios.
Minha área é da Odontologia e por isso dela posso falar com mais propriedade. Mais propriamente, dos planos odontológicos. E, embora muitos não associem, a saúde bucal é importantíssima para a prevenção de inúmeras doenças. O mercado de planos exclusivamente odontológicos tem apresentado resultados positivos e consistentes. O único senão neste crescimento tem sido o causado pelos efeitos da pandemia para a população e para a economia do país como um todo.
Para se ter ideia, o número de beneficiários avançou 15% nos últimos dois anos, entre o terceiro trimestre de 2017 e de 2019 e o setor já oferece cobertura e acesso a procedimentos odontológicos para 25,5 milhões de pessoas. No entanto, considerando uma população de mais de 210 milhões, de acordo com o IBGE, e que os cuidados com a boca e os dentes começam desde quando nascemos, vejam o potencial de crescimento e, consequentemente, de negócios do setor. Muito maior do que dos planos de saúde.
Hoje contamos com 378 operadoras odontológicas no país, que é o número um em quantidade de profissionais da área: são 339 mil, de acordo com o CFO – Conselho Federal de Odontologia. Mas muitas pessoas ainda desconhecem essa força do setor. Seja para abrir uma nova operadora ou para aprimorar a gestão daquelas que já existem. A entidade que represento, por exemplo, foi a pioneira em desenvolver um curso sobre Excelência em Gestão de Operadoras, voltado para atualização profissional dos que trabalham no segmento e também daqueles que pretendem abrir sua própria operadora – que podem ser tanto profissionais da área como quem pretende investir em um novo negócio.
E para fomentar ainda mais o empreendedorismo no país, lançamos em meados de julho o Manual de Abertura de Operadora Odontológica. O conteúdo é amplo e compreende desde informações sobre mercado potencial, análise do mercado, capital necessário, modalidades de planos, plano de negócio, legislação, entre outros dados que vão contribuir para a abertura do negócio de forma estruturada e organizada, priorizando o que é realmente importante para esse processo.
Sim, estamos num período de incertezas, o que dificulta ações imediatas. Porém, precisamos olhar para frente e nos organizar para o caminho que queremos para nós e para a economia do nosso país. Vamos lá fazer?