Apesar dos números da saúde suplementar continuarem expressivos, a adesão aos planos de saúde sofreu uma queda. Como alternativa, os planos odontológicos são financeiramente mais acessíveis, o que motivou o seu crescimento.

Segundo o IESS foram realizados mais de 186 milhões de procedimentos odontológicos e o setor superou a marca histórica de 22,6 milhões de beneficiários, em 2017 (5,2% a mais do que em 2016). “Na contramão dos planos de saúde, o plano odontológico encontra espaço para um crescimento positivo”, é o que alerta Marcos Novais, economista-chefe do Sinog. “É possível fazer com que caiba no bolso das pessoas, porque o produto tem atratividade bastante interessante. Ele resolve quase todos os custos odontológicos, tirando alguns itens como prótese e alguns tratamentos estéticos. É importante para uma população que valoriza a saúde bucal”, relata.

Por ser mais barato que o plano de saúde, o plano odontológico acaba, também, despertando o interesse das empresas, que optam por uma alternativa mais adequada para a empresa e o trabalhador.

Mesmo com ventos soprando a favor, as empresas ainda sofrem com a falta de conscientização da saúde bucal. Segundo o IBGE, 55,6 % das pessoas não consultam regularmente o dentista. Novaes ressalta o empenho das empresas para a inclusão social e incentivo na criação de uma cultura de cuidado com a higiene bucal. “Temos o hábito de visitar o dentista apenas quando o caso se agrava. Por outro lado, o brasileiro busca muito o dentista pelo aspecto estético. É importante ver o quanto o brasileiro valoriza a questão dentária”, explica Novais.

Ele ressalta que “cientes disso, empresas e as operadoras de planos de saúde já trabalham com um programa de prevenção, promoção e começam a levar as pessoas ao consultório para fazerem a limpeza, o que é muito mais simples, para que elas não precisem partir para um tratamento mais invasivo”, argumenta o executivo.

O Brasil se destaca por ter o maior número de dentistas do mundo. Segundo o Conselho Federal de Odontologia (CFO), os dados de 2010 mostram que São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais possuem mais de 57% dos profissionais.

Para Armando Rodrigues, diretor comercial da DentalPar, o auxílio prestado pelas companhias estimula a aquisição de novos usuários. “Nosso maior desafio é a conscientização maior por parte de toda cadeia que envolve o setor. Precisamos mostrar aos profissionais e beneficiários da área a importância da saúde bucal para toda população”, alegou.  

Observando possíveis projeções para o ano, o economista-chefe do Sinog é cauteloso. O conturbado cenário econômico, a volatilidade com que as coisas se modificam impedem uma projeção a curto prazo. “Temos tanta coisa no mês que estamos trabalhando a longo prazo. Nossa projeção é para 26,1 milhões de pessoas até 2020. O que dá uma projeção que significa crescer o cerca de 4% ao ano (dezembro/ 2018 a dezembro 2020). Agora, caso algumas reformas sejam aprovadas, a projeção sobe para dois dígitos ao ano”, finaliza.