Associações e instituições empresariais estão investindo em suas próprias “universidades” para a formação de profissionais com competências específicas para suas áreas de atuação. Outras firmam parcerias com escolas gabaritadas, como o Senac/SP, que oferece cursos customizados voltados para a preparação e treinamento de seus funcionários. A Abramge, por exemplo, associação que reúne empresas de medicina de grupo, tem uma universidade direcionada exclusivamente ao preparo de colaboradores de suas associadas. Com o mesmo intuito, representantes do setor de cooperativismo operam em conjunto com instituições de ensino superior estadual e, em alguns casos, ministram cursos ‘in company’.
Por conta das particularidades do modelo e de legislação própria, as cooperativas formam um dos ramos de atividade que mais necessitam e se beneficiam de profissionais com formações específicas. Instituído há 18 anos, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) atende aos 13 ramos, o que representa mais de 6 mil cooperativas em todo o país.
“Em 2017 investimos uma quantia superior a R$ 100 milhões em mais de 11 mil ações de formação em prol dos cooperativados e colaboradores, totalizando cerca de 400 mil beneficiários”, diz Geane Ferreira, gerente de desenvolvimento social do Sescoop. Com um leque extenso de cursos disponíveis, o Sescoop nacional já atendeu até hoje mais de 4,5 milhões de colaboradores, em cursos que vão de 8 horas a 320 horas.
O objetivo do Sescoop é atender particularidades do setor, como é o caso da área de saúde, que engloba toda legislação e regulação do ramo. “Hoje, contamos com 45 turmas de pós-graduação em andamento em todo o Brasil. Na sua grande maioria estão alocadas na região Sul, principalmente para as cooperativas das áreas de agropecuária, crédito e saúde”, afirma. “As capacitações têm contribuído para manter e melhorar a competitividade das cooperativas no mercado e garantir transparência embasada pela governança corporativa e melhora de gestão”, afirma.
O Senac/SP formata e oferece cursos para empresas parceiras tão diversas quanto Walmart, Hospital Sírio-Libanês e Secovi. “O atendimento corporativo do Senac desenvolve soluções educacionais customizadas, nas modalidades presencial e a distância, para organizações públicas, privadas e do terceiro setor, sempre alinhadas aos objetivos estratégicos dessas instituições”, explica Maurício Pedro, gerente de atendimento corporativo do Senac/SP. Os cursos variam entre 16 horas e 40 horas, e a indústria e comércio são os grandes demandantes.
O programa desenhado para o Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, é um curso com o objetivo de capacitar médicos e profissionais que atendem em primeiros socorros. “As empresas estão muito preocupadas com a formação de líderes, e já estruturamos vários programas nesse sentido”, afirma o gerente.
Carlito Marques, presidente da Universidade Corporativa da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), diz que a universidade foi pioneira nos cursos de pós-graduação e lato sensu para os associados. “Os cursos de MBAs, no entanto, são realizados em parceria com a Universidade São Camilo, onde já formamos 400 profissionais”, afirma. O principal objetivo é capacitar e qualificar profissionais e executivos no âmbito da atuação em posições-chave de empresas de gestão de planos de saúde e autogestões, explica. A Abramge também mantém sob o seu guarda-chuva a área odontológica, que é igualmente foco dos cursos da associação. O programa Excelência em Gestão de Operadoras Odontológicas já capacitou 150 profissionais.