Fonte: Revista Apólice – Por Nicole Fraga
De acordo com dados da ANS, em 2021 houve um aumento de 2,56 milhões de pessoas atendidas pela odontologia suplementar
“As pessoas estão dando cada vez mais importância para a saúde bucal e os planos odontológicos”. Essa afirmação foi feita por Roberto Cury, presidente da SINOG (Associação Brasileira de Planos Odontológicos), entidade que representa 71,5% do mercado em número de beneficiários. De acordo com dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), em 2021 houve um aumento de 2,56 milhões de pessoas atendidas pelos planos, o que representa um crescimento de 9,61%.
Atualmente 29,3 milhões de brasileiros contam com um plano odontológico. A região que mais se destacou ano passado foi a Sul, que cresceu 18,11%. A região Norte vem logo a seguir, com uma evolução de 11,98%. O Sudeste e o Nordeste aumentaram sua base de beneficiários em 8,77% e 8,74%, respectivamente. O Centro-Oeste foi o que menos cresceu em 2021, atingindo uma expansão de 5,01%.
“Para nós, que representamos o segmento, é importante esse reconhecimento. Aos poucos, o brasileiro vai compreendendo o quanto é prejudicial para ele mesmo aquele movimento que víamos no passado, de entrar e sair do plano odontológico. É mais caro, menos eficiente e, quando mais precisa, não se tem acesso aos serviços. Esse crescimento no número de beneficiários é reflexo de uma busca por qualidade de vida, além das empresas que vendem planos terem aumentado seus canais de distribuição”, diz Cury.
Segundo o mesmo balanço da ANS, o perfil de contratação que puxou esse crescimento foi o de planos individuais ou familiares, com expansão de 13,31% (eram 4.540.053 em dezembro de 2020 e 5.144.499 em dezembro de 2021). “A maioria das grandes empresas tem dentro da sua política a contratação do plano odontológico, mas isso não é uma realidade nas PME’S, o que leva muita gente a contratar um plano individual”, ressalta Cury.
Apesar do crescimento do mercado, a mais recente pesquisa realizada pelo IBGE, feita em 2019 e divulgada em 2020, constatou que apenas 12,9% dos brasileiros têm um plano odontológico. Cury afirma que além do setor investir em campanhas de conscientização da população, os corretores de seguros são fundamentais para que o segmento continue se expandindo. “O corretor é uma figura central importante na questão do mutualismo, isso tanto para os planos empresariais quanto individuais. Ele leva a visão de saúde bucal ao longo prazo e ajuda as pessoas a permanecem por mais tempo no plano, o que é importante na fidelização do cliente”.
Para o presidente da SINOG, a principal luta do setor deverá ser atendida nesse ano. Trata-se da retomada do Projeto de Lei Nº 7419, de 2006, que pretende revisitar toda a legislação dos planos de saúde. A reivindicação é pela diferenciação entre o modelo médico-hospitalar e odontológico. “O ticket médio dos planos odontológicos é muito menor. Nas contratações coletivas e por adesão, a depender da faixa etária, o valor é de R$ 405,00 por mês de um plano médico-hospitalar, enquanto que um plano odontológico com cobertura abrangente do rol da ANS a média é de R$ 18,00 mensais. Não podemos ser tratados como de maneira igual”.