A operadora de planos de saúde cearense Hapvida planeja comprar concorrentes nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste para ampliar sua atuação nacional, que até o momento está concentrada no Norte e Nordeste. 

Jorge Lima, diretor-presidente da Hapvida, disse em teleconferência com analistas que está confiante em fazer aquisições, em linha com a meta revelada no “roadshow” feito pela companhia. 

“Nossa presença em novas regiões será mais intensa ao longo de 2019”, afirmou Lima. A expansão orgânica no Sul será iniciada no segundo trimestre com a abertura de um hospital de alta complexidade em Joinville (SC), localizado em uma das principais avenidas da cidade. 

Apesar do plano de crescimento em outras localidades, o presidente disse que a operadora conseguiu ganhar participação em planos de saúde de 1,7 ponto percentual no Norte (24%) e de 1,5 ponto percentual no Nordeste (29,2%). Em planos exclusivamente odontológicos, a operadora cresceu 2,7 pontos percentuais em 2018, atingindo 25,5% de participação de mercado nas regiões Norte e Nordeste. 

Os reajustes dos planos de saúde corporativos vendidos pela operadora Hapvida deverão ser entre 1 e 2 pontos percentuais superiores aos dos planos individuais. Bruno Cals de Oliveira, diretor de finanças, disse que para “flexibilizar os reajustes no corporativo, a empresa está oferecendo às empresas o sistema de coparticipação, para ajudar a inibir uso desnecessário do plano, e incentivando a adesão a planos odontológicos”, que neste caso possibilita uma negociação melhor do reajustes. 

Segundo o relatório de resultados, o número de beneficiários da área de saúde cresceu 5,9%, enquanto o do segmento odonto avançou 18,6%. A sinistralidade, que mostra a relação entre despesas assistenciais e o total das receitas com operação de planos, ficou em 60,6% no último trimestre, 2,7 pontos percentuais acima da registrada um ano antes. No consolidado do ano, ficou em 59,7%, um crescimento de 1,3 ponto percentual. 

Esse índice, aliás, deve ser maior no primeiro trimestre de 2019 ante igual período do ano passado. “Esperamos que no início deste ano a sinistralidade seja pior, mas no acumulado de 2019 o índice ficará abaixo de 70%, como foi em 2018”, disse Oliveira.  

O executivo justificou que o comportamento da sinistralidade em 2018 ante 2017 aconteceu devido aos aumentos dos custos com a abertura de novas unidades, ao período de viroses que foi mais intenso no segundo e terceiro trimestres e à alta no ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) e da provisão de eventos ocorridos e não avisados (Peona). 

Segundo Jorge Lima, diretor-presidente da companhia, o aumento do aluguel com partes relacionadas também influenciou a sinistralidade. Parte dos imóveis usados pela Hapvida pertence à família Pinheiro, fundadora da empresa. 

Lima acrescentou que 2018 foi desafiador para a operadora porque nos últimos três anos foram observadas quedas no número de usuários de planos de saúde, o que ocasionou a migração de quase 3 milhões de pessoas para o SUS. “Nas regiões Norte e Nordeste, que temos atuação mais forte, a intensidade da queda foi maior no mercado de saúde suplementar.” 

Neste ano, a Hapvida prosseguirá com a estratégia de verticalização de serviços, segundo o diretor-presidente da empresa. De acordo com Lima, o intuito é internalizar novos serviços como fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia. Na área de diagnósticos a companhia planeja implantar serviços de imagem. 

“Essas medidas ajudam a Hapvida a reduzir os custos com rede credenciada, além de gerir o serviço prestado ao cliente com mais qualidade”, afirmou Lima. O diretor-presidente lembrou que outra fonte de redução de despesas serão as vendas de planos pela internet, que podem reduzir em R$ 5 milhões as impressões de materiais. 

Sobre o ambiente econômico, a expectativa é de que a retomada do crescimento possibilite diminuir os cancelamentos de planos e os usuários deverão permanecer mais tempo com os serviço