Nova startup promete mudar (definitivamente) o acesso das pessoas a todo e qualquer tipo de tratamento odontológico. Trata-se da DENTI que marcou o início de suas atividades no Dia Nacional do Dentista e da Saúde Bucal, em 25 de outubro do ano passado, encarando um grande desafio: aumentar o percentual da população brasileira que possui renda para ir a um dentista particular ou terem acesso a tratamentos odontológicos, hoje, na casa dos 30%. “Estudos mostram que uma pessoa (na média) precisará de 3,5 implantes dentários ao longo de sua vida. Detectamos que há uma demanda potencial de 170 milhões de implantes no Brasil, mas, atualmente, são feitos menos de 1 milhão por ano, explica Mauricio Amaral, ex-executivo do setor de seguros e de empresas de RH que, com seu amigo, Paulo Leal, cirurgião bucomaxilofacial, tiveram a ideia de criar a nova startup. “Os planos odontológicos tradicionais terão que se transformar. O modelo de pré-pagamento deixa muita gordura no meio do caminho entre o paciente, o dentista e o fornecedor. A penetração do plano dental privado é muito baixa… apenas metade das pessoas que tem plano de saúde, possuem o plano dental. E representa apenas 12% de toda a população brasileira. O que buscamos foi criar alternativas que viabilizem esses outros milhões de brasileiros que não possuem plano dental, ou que não possuem renda para arcar com os custos de tratamentos dentários”, afirma Amaral.
Mauricio, como surgiu a DENTI?
Da necessidade de ampliar acesso à saúde bucal a mais brasileiros. Hoje, mais da metade da população depende do SUS, e sabemos que não tem a qualidade nem a quantidade necessária para garantir uma saúde bucal a tantos milhões de pessoas.
Quais os principais pilares que moldam a plataforma?
Desintermediação (pacientes e dentistas numa relação direta), simplificação (plataforma online que concentra todas as funcionalidades), acessibilidade (melhores preços e formas de parcelamento no longo prazo permitindo ao paciente assumir uma despesa dentro do seu orçamento mensal) e qualidade (sem restrição de coberturas e burocracia para o dentista).
O que faz a plataforma ser diferenciada em seu mercado de atuação?
É a única plataforma que reúne todos os agentes da cadeia odontológica, num círculo virtuoso onde todos ganham. Paciente acessa dentistas particulares e parcela no longo prazo; dentistas recebem mais pacientes com pagamentos a vista e sem inadimplência; fornecedores vendem mais e instituições financeiras acessam um novo mercado.
Você é oriundo do setor de seguros. O que você traz dessa experiência para a DENTI?
Os planos odontológicos tradicionais terão que se transformar. O modelo de pré-pagamento deixa muita gordura no meio do caminho entre o paciente, o dentista e o fornecedor. A penetração do plano dental privado é muito baixa… apenas metade das pessoas que tem plano de saúde, possuem o plano dental. E representa apenas 12% de toda a população brasileira.
O que buscamos foi criar alternativas que viabilizem esses outros milhões de brasileiros que não possuem plano dental, ou que não possuem renda para arcar com os custos de tratamentos dentários em clínicas particulares.
O que é uma odontologia sistêmica?
É olhar a saúde bucal como parte da saúde total do ser humano. O descuido com a saúde bucal pode acarretar problemas como diabetes, doenças vasculares, HPV, ansiedade… além de impactar diretamente a parte psicológica por questões de baixa autoestima e baixa socialização.
Quais os principais benefícios da odontologia sistêmica?
Justamente poder olhar o paciente na totalidade, incluindo tratamentos preventivos, garantindo que a boca não seja uma porta de entrada para outras doenças.
A saúde bucal ainda está longe de ter a importância que deveria ter?
Penso que muitas pessoas confundem saúde bucal com um sorriso bonito. E julgo que quantos mais agentes baterem nessa tecla, melhor a conscientização da população. O problema é que, num país com tamanha desigualdade social como o Brasil, fica difícil uma saúde bucal acessível a todos.
Os preços são um fator desse “desinteresse?”.
Arrisco dizer que é o principal fator. Por isso que acreditamos em formas alternativas que atacam justamente a composição dos preços dos tratamentos. Desintermediando, criando escala, buscando formas alternativas de financiamento. Com certeza, uma vez as pessoas entendendo melhor esse processo, a saúde bucal estará em muito mais pessoas.
A DENTI quebrará essa lógica?
Esse é o nosso desejo. Não apenas que a DENTI dê certo, mas que a nossa lógica seja reconhecida e espalhada em muitos outros operadores de odontologia. Só assim conseguiremos de fato um resultado na amplitude social que sonhamos.
As parcerias com as instituições financeiras são de suma importância para que isso ocorra?
Sim. Até porque com o crescente surgimento de fintechs no mercado, há várias opções e formas de financiamento, que, a meu ver, não param por aí. Muitas outras criações deverão chegar ao mercado, com maior inteligência na forma de se avaliar um crédito e liberar um financiamento.
Como vislumbra o futuro da DENTI pós-Covid?
O isolamento que vivemos hoje é certamente um dificultador para a expansão da DENTI nesse nosso lançamento. Mas isso acaba sendo positivo, pois, temos como acompanhar muito mais de perto o uso da plataforma e fazermos os ajustes finos para que tanto o paciente quanto o dentista tenha uma experiência muito positiva.
Certamente quando tivermos a vacinação num volume que permita as pessoas voltarem à segurança que tinham antes da pandemia, a vida dos consultórios e clínicas voltarão ao normal com pacientes voltando a buscar os tratamentos necessários. E será nesse momento que a DENTI irá ajudar ainda mais o mercado de odontologia.