Judicialização, uma palavra tão infame que nem aparece nos dicionários. Ainda assim, ela nunca esteve tão na moda. Basta uma espiada no noticiário para constatar. É judicialização da política, dos conflitos trabalhistas, da educação… A lista vai embora. Nenhum desses fenômenos, contudo, rendeu mais notícias nos últimos quatro ou cinco anos que a famigerada judicialização da saúde – tema da reportagem de capa da revista que está em suas mãos.
Os números impressionam. Brasil afora, são mais de 400 mil as ações judiciais em curso neste exato momento, envolvendo tanto o sistema público quanto a saúde suplementar. Ninguém discute, por óbvio, o direito que todo cidadão tem de recorrer à Justiça na defesa dos seus direitos. O problema é que os tribunais vêm sendo cada vez mais usados de maneira indevida, provocando rombos assustadores nos cofres públicos e ameaçando a sobrevivência das operadoras de planos de saúde. Por que isso acontece? Quais são os prejuízos para a sociedade? Como reverter a situação? As respostas para essas e outras perguntas estão entre as páginas 18 e 23.
Outro assunto dos mais atuais – e igualmente relevante para o setor – é o da incorporação de novas tecnologias e medicamentos, algo essencial para a evolução da
assistência à saúde. O dilema, no entanto, está no alto custo dessa incorporação e na forma nem sempre criteriosa como ela é feita. Vale lembrar que investimentos mal planejados em equipamentos de ponta ou remédios ultramodernos não necessariamente significam uma melhora no serviço de saúde oferecido à população. Essa é apenas uma das questões abordadas em outra das reportagens desta edição, entre as páginas 24 e 27.
O tema da nossa terceira matéria são os investimentos em tecnologia da informação. Ainda que tímidos entre as operadoras brasileiras, eles são considerados estratégicos, pois aproximam as empresas de seus clientes e proporcionam maior segurança à gestão do negócio. Para concluir esta breve apresentação, vale destacar, também, a ótima entrevista concedida pelo economista Paulo Furquim, professor do Insper, que fala, entre outros assuntos, sobre as mudanças necessárias no sistema de saúde brasileiro para torná-lo mais eficiente, e a cobertura do Congresso Abramge/Sinog, no qual gestores públicos, operadoras e especialistas foram unânimes ao apontar para a urgência de mudanças na saúde suplementar brasileira.
Boa Leitura!