Assim como muitas áreas da sociedade, a saúde suplementar experimenta ciclos de avanços, em que encontra caminhos para se desenvolver a atender a mais pessoas, e também períodos de ameaças ao seu crescimento. Na atualidade, uma era repleta incertezas e paradoxos, na qual eventos épicos como a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia coexistem como se triviais
fossem, nada mais natural que o mercado de planos de saúde refletisse a histeria coletiva que nos assola.
De um lado, o número de beneficiários e os serviços prestados por operadoras e prestadores alcançam níveis históricos, impulsionados pelas novas tecnologias; de outro, o ciclo virtuoso segue ameaçado por sucessivas tentativas de mudança nas
regras do jogo.
Entre as boas notícias está a recente normalização da telessaúde, termo que designa o uso de tecnologias de conectividade para tornar mais eficiente – e, portanto, mais efetiva – a assistência médica e odontológica. Passou da hora de usarmos as
ferramentas de que dispomos para encurtar distâncias, dar mais comodidade às pessoas e chegar a localidades do país que não possuem oferta suficiente de médicos, dentistas e demais profissionais de saúde [1].
Enquanto isso, infelizmente, o vento contra continua a tornar nossa caminhada mais penosa. Pior, com possibilidade de se tornar um furacão que devastará o mercado. Estamos nos referindo às infindáveis, e na maioria das vezes infundadas,
discussões sobre o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Vinte e quatro anos depois de sua criação, que revolucionou positivamente a relação entre operadoras, prestadores e beneficiários, tornando claras as regras do jogo, essa lista de coberturas obrigatórias segue sob ameaça. Após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) ter reafirmado sua taxatividade – acertadamente –, há diversas iniciativas no judiciário e no legislativo para derrubá-la. Entenda, na entrevista especial sobre o assunto [2], conferida pelo presidente da Abramge, Renato Casarotti, e na
reportagem [3], a importância do rol para a previsibilidade e sustentabilidade do sistema privado de saúde.
Não perca, ainda: a reportagem sobre as principais tendências do segmento de planos odontológicos [4]; a lista de curiosidades sobre os planos coletivos (pg. 32); o convite ao próximo Congresso Abramge, que se realizará em setembro (pg. 34); uma história pessoal que mostra a importância do Atendimento Nacional Abramge (pg. 36); e um artigo especial sobre governança corporativa nos planos de saúde (pg. 38).
Boa leitura!