SINOG faz história há 25 anos
No ano que a SINOG completa um quarto de século e comemora inúmeras realizações, entrevistamos o Reinaldo Scheibe, ex-presidente da Abramge com ampla representatividade no Sistema por quatro décadas, além de participante efetivo e marcante dentro da própria SINOG, onde já ocupou os cargos de vice-presidente e tesoureiro. Vale conferir:
SINOG: Ao longo do período que esteve no Sistema Abramge, como o senhor descreve a atuação da SINOG junto ao segmento e demais Entidades?
RS: Eu participei da diretoria da SINOG durante todos estes anos. A Entidade foi fundada numa época que antecede a Lei 9656/98, que regula os planos de saúde, e antes da criação da Agência Nacional de Saúde, em 2000. Ou seja, ela surgiu devido à necessidade de ter alguns instrumentos próprios para o segmento odontológico e ser uma associação que congregasse as empresas puras de odontologia. Elas estavam soltas no mercado e frequentando a Abramge, associação voltada para as questões dos planos de saúde – com ou sem odontologia. Acho que devemos dar mérito ao Alexandre Lourenço, o organizador desse primeiro grupo. Já na ocasião, o surgimento da SINOG foi muito valorizado pelo mercado e pelas empresas que realmente entendiam a relevância de uma regulação e um acompanhamento técnico e jurídico, porque nos nossos Brasis as regras servem para todos, porém há diferenças regionais importantíssimas. Nosso trabalho consistiu em juntar isso tudo e dar apoio às operadoras a partir de São Paulo, quando ainda nem existia o celular, e precisávamos estudar, escrever e mandar as circulares para promover a transmissão dessas informações e a discussão com outras entidades a respeito do que se podia fazer.
SINOG: Quais ações realizadas pela SINOG nestes 25 anos podem ser consideradas de maior impacto para o segmento odontológico?
RS: O grande primeiro passo foi o enfretamento da regulação da Lei 9656/98. Também o apoio jurídico para as empresas entenderem a legislação e o apoio técnico, principalmente para as empresas pequenas, foi extremamente importante e responsável pela construção de uma base sólida para o crescimento da SINOG. Trouxe o respeito que a Associação possui perante os órgãos reguladores e às operadoras, por exercer um trabalho consistente que só evoluiu esse tempo todo.
SINOG: A SINOG sempre foi muito atuante junto do segmento odontológico e demais entidades. E com relação à população brasileira, como ela é beneficiada pela Associação?
RS: Hoje a SINOG é a única entidade que defende e produz trabalho específico para as empresas de odontologia e medicina de grupo que tem odontologia, o que lhe traz mais responsabilidade. A partir do momento que há estabilidade para este segmento como um todo, a população se sente mais segura. A Associação se posiciona quando detecta ou recebe a informação de algum problema referente a um prestador de serviço ou dentista credenciado. Também participa, assim com a Abramge, das discussões sobre o rol de cobertura dos planos odontológicos. Porque não adianta passar a cobrir tudo para a população e o plano ficar financeiramente inviável. Ainda é um ponto de referência para a população no caso de dúvidas ou mal atendimentos em uma empresa. O beneficiário pode procurar a SINOG e fazer uma reclamação. Embora o caminho regular seja contatar a ANS, que possui estrutura para isso e o dever de receber as informações e mandar corrigir. Se for o caso, a agência vai procurar a SINOG para discutir a questão.
SINOG: Quais mudanças na SINOG o senhor considera significativas neste último ano?
RS: Primeiro, eu acho que a preservação e a continuidade das realizações dos últimos anos. Depois, algumas mudanças que a atual diretoria vem conseguindo emplacar, incluindo nas questões internas junto à ANS. A separação na regulação odontologia e medicina no mesmo grau aconteceu em razão do trabalho recente da Entidade, e tem muita relevância para a odontologia. O Movimento Julho Neon, que teve até o reconhecimento com a proposta de lei para colocar o mês no calendário nacional. A SINOG possui credibilidade e está no caminho certo.
SINOG: Como o senhor diferencia a atuação da SINOG neste último ano ao ampliar seu papel e colocar-se como uma Associação?
RS: O último ano foi um período difícil, de crise, veio a Covid-29 e com isso a necessidade de buscar novas formas de trabalhar, novas oportunidades, trabalho que a diretoria executou com êxito devido a solidez da SINOG, aprimorando um trabalho de longa data para o enfretamento da crise. É preciso ter uma mente aberta para poder pensar em alternativas e criar oportunidades, a exemplo do Movimento Julho Neon, que envolve toda a população e contribui para o desenvolvimento das pequenas empresas, ao entregar nas mãos delas um excelente material de divulgação que, inclusive, acabou extrapolando para outras cadeias e instituições. Mesmo as seguradoras usaram este material. A crise trouxe a boa ideia de transformar a SINOG em associação, criando com isso mais oportunidade de crescimento.
SINOG: É possível elencar os desafios para a saúde suplementar daqui para frente, mais especificamente para o segmento odontológico?
RS: A expansão da tecnologia está proporcionando tanto na medicina como na odontologia um crescimento acelerado. É preciso buscar abrir caminhos para facilitar o atendimento, como é o caso da telemedicina. Acredito que isso seja viável também na odontologia. Usando as facilidades que a SINOG já oferece em transmitir informações, será possível aumentar a qualidade, a informação e a segurança, pois precisamos medir, cada vez mais, os resultados tanto na área médica como odontológica. O que significa medir as operadoras e os prestadores de serviços das empresas: hospitais, clínicas odontológicas, clínicas de imagem, etc, para saber se realmente aquele tratamento está dentro do prazo correto, tem qualidade, durabilidade. Acho um grande desafio buscar essas informações e transmitir cada vez mais rápido. Outro ponto é o surgimento de muitas startups. É necessário medir a qualidade do que está sendo oferecido, e na odontologia este é um trabalho para a SINOG. Entendo que há ainda o desafio do crescimento do número de associadas não apenas com empresas puras de odontológica, mas também de empresas de outros segmentos. A entidade deve pensar para o futuro uma maneira de unir essas redes de atendimento no que refere às emergências odontológicas, como já existe na Abramge, a fim de facilitar o atendimento dos associados que estão em trânsito no caso de alguma intercorrência. Outro ponto é fortalecer a participação da SINOG na Associação Latino-americana dos Sistemas Privados de Saúde (ALAMI), além de investir no crescimento do SIMPLO.