Em 20 de março se comemora o Dia Mundial da Saúde Oral – um momento importante para refletir sobre a importância dos cuidados com a boca. Principalmente no Brasil, cujo cenário de Saúde Bucal ainda impõem desafios e carece de medidas para cobrir a alta demanda. Solucionar tais dificuldades representará um grande legado ao país. Mas, para que isso seja possível, saúde e inovação devem caminhar juntas dentro dos sistemas prestadores de atendimento Odontológico.
Estimativas preliminares da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (2020-2022), estudo sobre as condições de Saúde Bucal da população brasileira, aplicado pelo Projeto SB Brasil, reforçam a urgência do oferecimento de tratamentos em todos os grupos etários do país. Os números indicam que 16 milhões de cidadãos vivem sem nenhum dente na boca. Soma-se a este panorama os mais de 39 milhões de brasileiros que possuem prótese dentária.
Dados originados desta mesma pesquisa revelaram que até 2019 menos da metade da população (49%) havia se consultado com Dentista nos últimos 12 meses. Em contrapartida, 2021 foi um ano de conquista para o setor da Odontologia Suplementar. Por meio do oferecimento de Planos Exclusivamente Odontológicos, as Operadoras foram responsáveis pelo atendimento de 1,28 milhão de brasileiros, 12% da população total, o que faz da Odontologia Suplementar hoje um grande e promissor braço do Sistema Nacional de Saúde.
No âmbito da iniciativa pública, uma série de ações voltadas à Saúde Oral são desenhadas como forma de garantir a gratuidade de tratamento à população em geral, com foco na parcela carente economicamente. Esse é o caso do Programa Brasil Sorridente, Política Nacional de Saúde Bucal, que a partir do oferecimento de Serviços Odontológicos de forma gratuita, resultou na implantação de Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentária em diversas regiões do país.
Frente ao imenso montante populacional do Brasil e às dificuldades de unificação de serviços, impostas pela extensão territorial continental do país, repensar os modelos de atendimento em Odontologia é uma ação mais que necessária. No Simpósio de Planos Odontológicos (SIMPLO) 2022, organizado pela SINOG, o Dr. Robert Janett, médico e professor da Harvard Medical School, discorreu sobre o tema ao justificar a importância em “desenvolver projetos assistenciais confiáveis e que levem em conta os dados e indicadores de saúde da população como um todo”. Na ocasião, as teleconsultas, aplicadas em comunidades indígenas, foi um dos exemplos utilizados pelo palestrante para explicar a questão da qualidade assistencial.
O que se observa por meio dos resultados obtidos pela Odontologia Suplementar é que, ao lado do Sistema Assistencial oferecido via Sistema Único de Saúde (SUS), as Operadoras têm sido eficientes em identificar as demandas de Saúde Bucal da população. O maior patamar dos últimos oito anos foi atingido recentemente, em 2022, com a marca de 50 milhões de vidas atendidas por Planos de Saúde Exclusivamente Odontológicos, conforme o relatório da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A resposta dada pelas Operadoras Odontológicas para esse crescimento expressivo é o oferecimento de tratamentos a custos acessíveis. Além de avançar, também, na qualificação das estruturas de atendimento, seja por meio de investimento em novas tecnologias, seja pela busca de aperfeiçoamento dos modelos regulatórios junto aos órgãos competentes.
Não são poucas, portanto, as iniciativas inovadoras disponíveis aos Sistemas de Atenção à Saúde Bucal. Na prática, essas aplicações funcionam como grandes aliadas, possibilitando ganho em eficiência, a eliminação de barreiras geográficas e mais acessibilidade. Tais fatores são centrais para a viabilidade e fortalecimento da Saúde Bucal no Brasil.